INDEPENDÊNCIA DO BRASIL, NAS PALAVRAS DO CL JOÃO ROBERTO

Independência do Brasil: processo histórico culminado com a proclamação de Dom Pedro I.

A independência do Brasil, enquanto processo histórico, desenhou-se muito tempo antes do príncipe regente Dom Pedro I proclamar o fim dos nossos laços coloniais às margens do rio Ipiranga. De fato, para entendermos como o Brasil se tornou uma nação independente, devemos perceber como as transformações políticas, econômicas e sociais inauguradas com a chegada da família da Corte Lusitana ao país abriram espaço para a possibilidade da independência.

A chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil foi episódio de grande importância para que possamos iniciar as justificativas da nossa independência. Ao pisar em solo brasileiro, Dom João VI tratou de cumprir os acordos firmados com a Inglaterra, que se comprometera em defender Portugal das tropas de Napoleão e escoltar a Corte Portuguesa ao litoral brasileiro. Por isso, mesmo antes de chegar à capital da colônia, o rei português realizou a abertura dos portos brasileiros às demais nações do mundo.

Do ponto de vista econômico, essa medida pode ser vista como um primeiro “grito de independência”, onde a colônia brasileira não mais estaria atrelada ao monopólio comercial imposto pelo antigo pacto colonial. Com tal medida, os grandes produtores agrícolas e comerciantes nacionais puderam avolumar os seus negócios e viver um tempo de prosperidade material nunca antes experimentado em toda história colonial. A liberdade já era sentida no bolso de nossas elites.

Para fora do campo da economia, podemos salientar como a reforma urbanística feita por Dom João VI promoveu o embelezamento do Rio de Janeiro até então nunca antes vivida na capital da colônia, que deixou de ser uma simples zona de exploração para ser elevada à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves. Se a medida prestigiou os  súditos da coroa, logo despertou a insatisfação dos portugueses que foram deixados à mercê da administração de Lorde Protetor do exército inglês.

Essas medidas, tomadas até o ano de 1815, alimentaram um movimento de mudanças por parte das elites lusitanas, que se viam abandonadas por sua antiga autoridade política. Foi nesse contexto que uma revolução constitucionalista tomou conta dos quadros políticos portugueses em agosto de 1820. A Revolução Liberal do Porto tinha como objetivo reestruturar a soberania política portuguesa por meio de uma reforma liberal que limitaria os poderes do rei e reconduziria o Brasil à condição de colônia.

Os revolucionários lusitanos formaram uma espécie de Assembleia Nacional que ganhou o nome de “Cortes”. Nas Cortes, as principais figuras políticas lusitanas exigiam que o rei Dom João VI retornasse à terra natal para que legitimasse as transformações políticas em andamento. Temendo perder sua autoridade real, D. João saiu do Brasil em 1821 e nomeou seu filho, Dom Pedro I, como príncipe regente do Brasil.

A medida ainda foi acompanhada pelo rombo dos cofres brasileiros, o que deixou a nação em péssimas condições financeiras. Em meio às conturbações políticas que se viam contrárias às intenções políticas dos lusitanos, Dom Pedro I tratou de tomar medidas em favor da população brasileira. Entre suas primeiras medidas, o príncipe regente baixou os impostos e equiparou as autoridades militares nacionais às lusitanas. Naturalmente, tais ações desagradaram bastante as Cortes de Portugal.

Mediante as claras intenções de Dom Pedro, as Cortes exigiram que o príncipe retornasse para Portugal e entregasse o Brasil ao controle de uma junta administrativa formada pelas Cortes. A ameaça vinda de Portugal despertou a elite econômica brasileira para o risco que as benesses econômicas conquistadas ao longo do período joanino corriam. Dessa maneira, grandes fazendeiros e comerciantes passaram a defender a ascensão política de Dom Pedro I à líder da independência brasileira.

No final de 1821, quando as pressões das Cortes atingiram sua força máxima, os defensores da independência organizaram um grande abaixo-assinado requerendo a permanência e Dom Pedro no Brasil. A demonstração de apoio dada foi retribuída quando, em 9 de janeiro de 1822, Dom Pedro I reafirmou sua permanência no conhecido Dia do Fico. A partir desse ato público, o príncipe regente assinalou qual era seu posicionamento político.

Logo em seguida, Dom Pedro I incorporou figuras políticas pró-independência aos quadros administrativos de seu governo. Entre eles estavam José Bonifácio, grande conselheiro político de Dom Pedro e defensor de um processo de independência conservador guiado pelas mãos de um regime monárquico. [Até hoje}.- Plebiscito de 21-04-93, promulgada pela lei 8624 do Itamar franco, quando o povo,contrariando vários interesses brasileiros, inclusive  de barbacenenses, optou pelo regime republicano. Mas não nos esqueçamos que as benesses monarquistas ainda não foram esquecidas e os monarquistas ainda vão tentar novamente.- Além disso, Dom Pedro I firmou uma resolução onde dizia que nenhuma ordem vinda de Portugal poderia ser adotada sem sua autorização prévia.

Essa última medida de Dom Pedro I tornou sua relação política com as Cortes praticamente insustentável. Em setembro de 1822, a assembléia lusitana enviou um novo documento para o Brasil exigindo o retorno do príncipe para Portugal sob a ameaça de invasão militar, caso a exigência não fosse imediatamente cumprida. Ao tomar conhecimento do documento, Dom Pedro I (que estava em viagem) declarou a independência do país no dia 7 de setembro de 1822, às margens do rio Ipiranga.

Explicações outras existem para justificar o ideal libertário brasileiro e a maior delas vou mencionar.. O movimento pro independência, segundo historiadores maçônicos, já surgia em todos os recantos onde fervilhava o ardor patriótico. Aí distingui-se uma figura extraordinária, tida como grande agitador: Joaquim Gonçalves Ledo. Generais, doutores, juizes, almirantes, funcionários públicos capitalistas, fazendeiros, artífice a até padres conspiravam em prol do ideal maior que, à época, impregnava o coração dos brasileiros. Nomes de expressão não podem ser afastados neste trabalho, merecendo por sua obra, coragem e importância sua menção: Joaquim Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira Cônego Januário da Cunha Barbosa, José Joaquim da Rocha e outros formavam o pelotão de elite que preparava a independência brasileira. De fato, não se pode negar a importância que a maçonaria teve neste trabalho que foi lento, oculto, persistente e todo voltado para nossa independência. A história afirma que a maçonaria, as sociedades secretas e um período, “O Revérbero”, de forma oculta ou abertamente, ousaram pugnar ao menos pela emancipação administrativa do Brasil. Desta forma, a ninguém é permitido ignorar que a independência nacional foi planejada e proclamada dentro dos templos maçônicos. Havia mensageiros percorrendo o país em todos os rumos para que se mantivesse aceso e vivo o sentimento autonomista que não permitisse o decréscimo do entusiasmo. Já em 1821, o espírito revolucionário que latejava dentro da maçonaria levou o intendente de polícia a informar ao Ministro de Dom Pedro que era impossível agir sem tropas fiéis, pois as que tinham estavam filiadas na maçonaria e afirmou com segurança: “é de fonte segura que a maçonaria pretende fazer a independência.”

A este tempo também, em Coimbra, doze estudantes já haviam organizado um clube para, secretamente, tratar da independência de sua pátria. Em Montpelier, três outros, José Joaquim Maia, José Mariano Leal e Domingos Vidal Barbosa combinavam projeto visando igual fim.

Os maçons, já livres de Dom João VI, que havia retornado a Portugal, atraem ao seio da maçonaria, por filiação, o próprio Dom Pedro que assim se tornava mais um força a exercer larga influência no espírito geral. Aliado a todos, havia também a imprensa a qual abertamente pregava a separação completa, bem como o clero.

José Bonifácio, Gonçalves Ledo e outros que se reuniram no consistório da Igreja do Rosário no Rio de Janeiro foram as grandes forças que no final desdobraram as teorias da independência. Gerada e pensada nos quadros da Revolução Francesa, grande fonte inspiradora e também na liberdade das colônias americanas, na inconfidência mineira e nas revoluções de Pernambuco e Bahia , a independência teve sua apoteose no grito do Ipiranga.

Importa citar que a independência proclamada em sete de setembro de 1822 já havia sido decidida em vinte de agosto do mesmo ano, numa sessão da maçonaria presidida por Gonçalves Ledo.

Outro fato que merece menção é que no ano de 1821 os maçons reuniam-se diariamente para tratar da independência. Tamanha era a força, vontade e deliberação dos maçons em promover a independência que os candidatos a ingressarem nas lojas maçônicas respondiam a um questionário e faziam por escrito um juramento, comprometendo-se a promover de todos os modos a independência do Brasil, lutar por ela e defender a sua integridade perpétua e a sua dinastia.

O desejo de desvincular o Brasil de Portugal e a ideia emancipadora já existia, cultivada, sobretudo por maçons, por homens imbuídos dos princípios maçônicos;  faltava, todavia, um poder coordenador, capaz de aglutinar os elementos dispersos, que fizesse uma conjugação de esforços em busca de um objetivo. Este poder de influência decisivo foi a maçonaria, por intermédio do grande oriente do Brasil, órgão gestor da ordem maçônica à época

Companheiros,

Esperando que até aqui o desastre não tenha acontecido, importa, ao meu sentir, falar sobre o termo independência. Seu significado segundo o Dicionário da Língua Portuguesa da Seleções do Reader´s Digest é: independência – estado ou qualidade de independente. Libertação, restituição ao estado livre, autonomia. Caráter independente. Meios de fortuna bastantes que permitem a uma pessoa viver independentemente. Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa Caldas Aulete independência é a ausência de dependência, liberdade. Condição do Estado ou poder que não se submete a um outro e se administra a suas próprias leis, libertação, restituição ao estado livre. Fortuna pecuniária; bens ou gozos que tornam o indivíduo independente. O que não depende de outra pessoa ou coisa.

Companheiros, o momento em que aqui falo na condição de leão e também de maçom, faz com que ao relatar a situação histórica da independência, mesmo com a imperfeição ditada pelo meu desconhecimento, leva-me a sentir no fundo do meu coração, modelado pelos princípios leonísticos e sólidas bases maçônicas, toda a indignação que sinto ao constatar, em verdade, que o heróico brado de Dom Pedro deveria estar até hoje ecoando em nossos ouvidos, mas o que vemos é uma surdez coletiva a este respeito eis que, a independência cingiu-se a um brandir de uma espada cortando os ares, mas que não ocorreu de forma efetiva e perene. Minha indignação não ultrapassará aos limites da coerência e da delicadeza, apesar de que sufoco fortes brados   quando vejo comemorarmos uma data que se por um lado tem forte apelo cívico e histórico, por outro lado é a clara demonstração de que nós brasileiros continuamos dependentes praticamente, de tudo. Como comemorar a independência do Brasil se ele ainda se submete a imposições externas,como paralizar em seu território os jogos olímpicos e a Copa do Mundo? Para tal, e visando alguns dólares a mais, submete-se a pressões externas para permitir a imposição aqui dentro de normas de cunho meramente comercial e voltadas para o aumento de lucro de grandes corporações comerciais,mudando até mesmo nossa legislação. Mais que isso, permite que suas riquezas minerais continuem sendo imoralmente subtraídas para o fortalecimento e engrandecimento de outras nações, que beneficiam tais materiais e os devolvem a nós a preços vultuosos, que somente enfraquecem e tripudiam o nosso erário, como bem o fez Portugal com nosso ouro e outras riquezas até que, enganosamente, bradamos nossa repulsa em sete de setembro de 1822. Como admitir independência quando se tem milhares de crianças famintas, analfabetas e que fazem do crack e de outras drogas alimento para suas almas e mentes. Como admitir que os professores, molas mestra de qualquer civilização sejam tão humilhados e tratados com indignidade, ao passo que políticos recebem quinze ou mais salários mensais, polpudos e se refestelam encastelados dentro dos castelos do poder. Como se sentir independente quando nem dentro do próprio lar há como se sentir seguro e se está a saber que nossos filhos constantemente estão submetidos ao risco de assaltos, violência e assédio de traficantes. Que independência é esta que faz com que o governo gaste milhões de reais com salários milionários e não se permita investir quase nada na educação, na proteção das crianças, no respeito e dignidade à velhice. Que independência é esta que faz com que um cidadão, após trinta e cinco anos de labor venha a receber uma aposentadoria que nem sempre lhe permite, ao menos, suportar os ônus dos medicamentos necessários pela imposição da velhice. Não há independência quando os hospitais não recebem recursos ou meios de atender a população, mormente aquela mais carente e quando a justiça, custeada também por todos os cidadãos, queda-se morosa e ineficaz ante aos apelos e anseios daqueles que nela clamam por direitos flagrantemente violados, até mesmo pelos próprios governantes.

Companheiros leões,

Não creiam que me estendi até agora somente para fazer um breve relato histórico e um longo momento de lamúria ainda que com vceemencia Não, em hipótese alguma foi essa a minha intenção mas, não poderia jamais deixar de usar da oportunidade para falar alguma coisa que possa, quiçá, sensibilizar mais alguém para que a luta pela real independência para que ela ainda seja mantida. Que o momento em que vivemos de pré eleição, nos leve a ver e enxergar que o voto é a nossa forte arma para guindarmos ao poder não os amigos e aqueles mais chegados mas, em verdade, homens dignos e honrados, hoje um tanto difíceis na política, inclusive local e que fazem dela  degraus para alçarem patamares mais altos pra alcançarem as benesses que o poder permite. Derrubemos as sinecuras o e nepotismo que grassa inclusive em nossa cidade, onde o poder fica sempre concentrado em mãos conhecidas, espoliadoras das riquezas locais e da honradez de nossos cidadãos, haja vista as lista que circulam de favorecidos por governos municipais, que usam o erário público  para a promoção pessoal, e que esta independência tão suada e tão cara possa efetivamente se transformar no ideal e no direito maior de todo ser humano, qual seja, A VIDA DIGNA E A VERDADEIRA LIBERDADE.

Obrigado pela paciência